Webinar Ex Módulo 3: Perguntas e Respostas – Parte 3

Pergunta:

No caso de um rotor de um exaustor, qual seria o dispositivo de proteção anti-centelhante? Tenho visto exaustores com um anel de alumínio na aspirante (entrada de ar no exaustor).

Resposta:

Para instalação em atmosferas explosivas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, os equipamentos mecânicos necessitam ser projetados, dimensionados, fabricados, avaliados ou ensaiados, de forma a evidenciar que não possuem fontes de ignição ativas capazes de causar a ignição da atmosfera explosiva que possa estar presente no local da instalação.

No caso de exaustores por exemplo, existem no mercado produtos que possuem componentes fabricados com metais não ferrosos, como alumínio ou bronze, que reduzem o risco da geração de faíscas produzidas mecanicamente por atrito entre as partes móveis e fixas.

A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 80079-36 (Atmosferas explosivas – Parte 36: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas – Métodos e requisitos básicos), publicada em 2018, apresenta os detalhes e os procedimentos de avaliação de equipamentos mecânicos “Ex” de forma a assegurar que eles não possuam fontes ativas de ignição.

A Norma Regulamentadora NR 37 – Segurança e saúde de plataformas de petróleo requer que os equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas deste tipo de plataformas sejam avaliados de acordo com estes requisitos e procedimentos especificados nesta Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 80079-36.

 

Pergunta:

Quanto aos tipos das juntas nos invólucros Ex “d”, existem juntas roscadas e flangeadas apenas? Existem outros tipos de juntas?

Resposta:

Os equipamentos com invólucros do tipo “à prova de explosão” podem possuir diferentes tipos de juntas, desde que atendam aos requisitos especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-1 – Tipo de proteção Ex “d”.

Naquela Norma são especificados, dentre outros requisitos, os ensaios de pressão de referência e de não propagação aos quais os equipamentos Ex “d” devem ser submetidos, no processo de certificação.

Dentre os tipos de juntas que podem ser aplicadas aos equipamentos com invólucros metálicos Ex “d” podem ser citadas as juntas roscadas, juntas planas flangeadas, juntas de encaixe, juntas cônicas ou juntas seladas e juntas de vidro fundido.

Os detalhes de projeto, dimensionamento, fabricação, avaliação e ensaios para o processo de certificação de equipamentos do tipo “à prova de explosão” estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-1 – Tipo de proteção Ex “d”.

 

Pergunta:

No caso da junta flangeada (parafusada) a dispersão da pressão se dá apenas pelos parafusos? Ou pela junta também?

Resposta:

A dispersão dos gases resultantes de uma explosão interna em um invólucro Ex “d” é feita por meio de todos os interstícios existentes no equipamento, incluindo as suas juntas, sejam elas roscadas, juntas planas flangeadas, juntas de encaixe, juntas cônicas.

As preocupações relacionadas com a falta de parafusos de fixação das tampas, frequentemente encontradas nas inspeções que são realizadas em áreas classificadas, é que este tipo de “desvio” não proporciona a devida fixação mecânica da tampa junto ao invólucro, fazendo com que existam regiões “preferenciais” de propagação da explosão, o que pode causar a explosão de uma atmosfera explosivas que possa estar presente no lado externo do equipamento Ex “d”, podem dar origem a um grave acidente com consequências catastróficas.

Além disto, a falta de parafusos não assegura o “interstício” máximo requerido para o equipamento originalmente certificado (na condição de novo), fazendo com que o MESG do gás presente na atmosfera explosiva possa ser ultrapassado, causando a propagação da explosão interna para o meio externo.

Um exemplo de como pode ser insegura a instalação de um equipamento com um “tradicional” invólucro metálico Ex “d” contendo dezenas de parafusos de fixação da tampa, com a falta de um único parafuso foi demonstrado em um experimento de laboratório: https://youtu.be/a-7VAT40LCc

 

Pergunta:

Qual o critério para se adotar o uso de prensa cabos com barreira no invólucro Ex “d”?

Resposta:

Os prensa-cabos do tipo barreira devem ser especificados nos casos em que estejam sendo instalados cabos para circuitos de força ou controle que não possuam isolamento do tipo “compacto”.

Nestes tipos de cabos “não compactos” existe o risco de propagação de explosão pelo interior dos interstícios existentes entre os condutores que foram o cabo.

Na instalação de prensa-cabos do tipo “barreira”, a capa externa do cabo necessita ser cuidadosamente retirada, na região interna ao prensa-cabo, incluindo a colocação de um composto (que atua como barreira) que preenche todos os espaços vazios ou interstícios que existem entre os condutores individuais, devido à falta de preenchimento pelo processo de extrusão do cabo, durante a sua fabricação.

Deve ser ressaltada a alternativa de utilização de equipamentos com invólucros metálicos Ex “d” com entradas indiretas, por meio da instalação de uma caixa de terminais Ex “e” externa ao invólucro Ex “d”. Este tipo de boa prática, nos casos de eventual necessidade de utilização de invólucros metálicos Ex “d”, dispensa a necessidade de utilização de prensa-cabos Ex “d”, sejam do tipo de “compressão” ou do tipo “barreira”, contribuindo para uma maior facilidade de montagem de campo e para uma menor possibilidade de introdução de falhas humanas.

Os detalhes de seleção de equipamentos (inclusive prensa-cabos “Ex”) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14.

 

Pergunta:

Não se pode colocar um prensa-cabo Ex “e” em um invólucro Ex “d”. O oposto pode ocorrer?

Resposta:

Correto. Um prensa-cabo Ex “d” pode ser instalado em um invólucro com tipo de proteção Ex “e”. No entanto, um prensa-cabo Ex “e” (seja metálico ou plástico) não pode ser instalado em um invólucro Ex “d”, em função de não ter sido ensaiado e certificado como sendo capaz de suportar a pressão de uma explosão.

Os detalhes de seleção de equipamentos (inclusive prensa-cabos “Ex”) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14.

 

Respostas às perguntas feitas pelos participantes no Webinar “Ex” – Módulo 3 – EPL e Tipos de Proteção “Ex”, realizado no dia 15/06/2021.

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