Pergunta:
A subdivisão dos Grupos não são definidas pela Energia mínima de ignição das substâncias ou produtos?
Resposta:
Correto. Conforme mostrado na apresentação, os Grupos de gases inflamáveis (IIA, IIB ou IIC) agrupam gases com diferentes níveis de “reatividade”, ou seja, quanto menor a energia mínima de ignição de um gás, maior a sua “reatividade” e mais “rigoroso” é o grupo para o qual o gás é alocado.
De acordo com os requisitos especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1 – Atmosferas explosivas – Parte 20-1: Características de substâncias para classificação de gases e vapores – Métodos de ensaios e dados (2020), os grupos de gases inflamáveis são especificados com base em seu MESG (Maximum Experimental Safe Gap) e em sua MIE (Minimum Ignition Energy).
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=446987
Pergunta:
Quais são as tabelas que melhor apresentam a energia mínima de ignição das substâncias inflamáveis e seus respectivos Grupos de explosividade?
Resposta:
A Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO/IEC 80079-20-1 – Atmosferas explosivas – Parte 20-1: Características de substâncias para classificação de gases e vapores – Métodos de ensaios e dados (2020), por exemplo, apresenta a tabulação de valores físico-químico de mais de trezentas substâncias inflamáveis, representando uma importante fonte de consulta para a elaboração da documentação de classificação de áreas.
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=446987
Existem outros bancos de dados, públicos ou particulares, que também apresentam valores físico-químicos de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, como por exemplo:
- MSDS – Material Safety Data Sheet http://www.msds.com https://www.msdsonline.com
- CAS – Chemical Abstracts Service (144 milhões de produtos químicos orgânicos e inorgânicos) http://www.cas.org
- CAS Common Chemistry – http://www.commonchemistry.org/
- CAMEO Chemicals – Database of Hazardous Materials https://cameochemicals.noaa.gov/
- INRS – Prevention of Work Accidents and Occupational Diseases – CarAtex database https://www.inrs.fr/publications/bdd/caratex.html
- DGUV (German Social Accident Insurance) Database https://www.dguv.de/en/search/index.jsp
- IFA / GESTIS Substance Database https://gestis-database.dguv.de/search
- Gas Encyclopedia Air Liquide – https://encyclopedia.airliquide.com/
Pergunta:
Por exemplo em misturador de tinta onde é colocado solvente e após o pigmento dentro do misturador. Como identifico no misturador onde é Zona 0, 1 e 2 por exemplo?
Fiz várias medições com o PID no entorno do misturador e indicava obviamente concentrações diferentes conforme afastando da face da borda do misturador, mas sempre presença volátil.
Participei da avaliação da ventilação na sala de bombas depois daquele acidente fatal em 2015 no FPSO Cidade de São Mateus da BW.
Resposta:
As definições de Grupos, Zonas e Classes de Temperatura no interior e exterior do equipamento de processo citado deve ser feito levando em consideração as características físico-químicas da tinta e do solvente, bem como das características do processo (como volume do produto armazenado, inventario, temperatura) e das características do ambiente do local da instalação (como ventilação e temperatura).
No presente caso, por exemplo, de forma ilustrativa, dependendo destas características dos produtos, processo e ambiente, poderia, eventualmente, ser considerado Zona 0 no interior do misturador (presença contínua da atmosfera explosiva), Zona 1 ao redor das aberturas para entrada e saída do produto (presença de atmosfera explosiva durante condição normal de operação do equipamento) e Zona 2 ao redor do misturador (Área em que não é provável que uma atmosfera explosiva de gás ocorra em condições normais de operação, mas, se ocorrer, irá existir somente por um curto período).
Para a determinação das extensões de Zona 1 e Zona 2 podem ser consultadas normas como ABNT NBR IEC 60079-10-1 ou NFPA 497 ou API RP 505 ou Norma Petrobras N-2918, dentre outras, levando em consideração as características aplicáveis dos produtos, processo e ambiente.
Pergunta:
Porque geralmente torres de resfriamento são consideradas área classificada, tendo em vista que o produto utilizado nesses equipamentos é água?
Resposta:
As torres de resfriamento de água industrial são normalmente consideradas áreas classificadas porque a água quente que retorna para a torre de resfriamento após a passagem pelo interior dos tubos dos trocadores de calor do processo podem conter substâncias inflamáveis.
Esta contaminação pode ocorrer devido a existência de trincas nos tubos dos feixes dos trocadores de calor ou à existência de folgas nas áreas de mandrilagem entre os tubos e os espelhos metálicos nos quais os tubos são fixados.
Esta contaminação da água com produtos inflamáveis fica acumulada na bacia superior da torre de resfriamento e pode gerar a presença de uma atmosfera explosiva, dependendo, dentre outros fatores, da temperatura ambiente e do ponto de fulgor dos produtos inflamáveis contaminantes da água.
Já foram registrados diversos casos de ocorrência de ignição em torres de resfriamento devido a este tipo de situação de risco.
Por este motivo as áreas das bacias superiores, bacias inferiores e áreas ao redor das torres de resfriamento são consideradas como “áreas classificadas”.
Respostas às perguntas feitas pelos participantes no Webinar “Ex” – Módulo 2 – Classificação de áreas, realizado no dia 13/05/2021.