Webinar Ex Módulo 6: Perguntas e Respostas – Parte 1

Pergunta:

É permitido a utilização de prensa-cabos “Ex” em instalações com eletrodutos? Ou neste caso, devem ser utilizadas somente unidades seladoras Ex “d”?

Resposta:

Afirmativo, é possível a utilização de entrada de cabos por meio de prensa-cabos “Ex” conectados a invólucros de equipamentos “Ex”, mesmo em casos de existência de “tradicionais” sistemas de encaminhamento de cabos por meio de eletrodutos.

Deve ser ressaltado, neste caso, que os sistemas de encaminhamento de cabos, seja por meio de bandejamentos ou eletrocalhas, seja por meio de eletrodutos, tem como objetivo proporcionar a devida proteção mecânica dos cabos, contra eventuais quedas de objetos sobre os cabos, seja por impactos mecânicos provenientes de movimentações de máquinas nas proximidades dos sistemas de fiação em áreas classificadas.

Por outro lado, os sistemas de entradas de cabos nos invólucros dos equipamentos “Ex”, sejam entradas diretas (por meio de prensa-cabos “Ex” ou por meio de unidades seladoras em eletrodutos) ou entradas indiretas (com a utilização de caixa de terminais Ex “e” externa ao invólucro Ex “d”), tem como objetivo manter as características de proteção do equipamento de acordo com o tipo de proteção “Ex” aplicável.

No caso de sistemas de distribuição de cabos por meio de eletrodutos, os eletrodutos podem ser do tipo “abertos” ou seja não possuírem uma total “continuidade” de fechamento dos eletrodutos em toda a sua extensão. É muito comum encontrar instalados em áreas classificadas sistemas de eletrodutos abertos, os quais proporcionam uma proteção mecânica dos cabos somente em trechos onde exista um maior risco de impactos mecânicos aos cabos.

Nestes casos, os trechos “terminais” dos cabos, junto aos equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação ou de telecomunicações “Ex” ingressam no interior dos respectivos invólucros por meio de prensa-cabos “Ex”, com tipos de proteção adequados ou compatíveis com o tipo de proteção do equipamento “Ex” (como Ex “p”, Ex “t”, Ex “e”, Ex “i” ou Ex “d”).

A Tabela 10 (Critério para a Seleção de prensa-cabos, adaptadores de rosca ou elementos de vedação “Ex”) apresentada na Norma ABNT NBR IEC 60079-14/2016, por exemplo, apresenta os requisitos de seleção dos prensa-cabos, adaptadores de rosca e bujões com tipos de proteção “Ex”, de acordo com o tipo de proteção “Ex” do invólucro ao qual estes dispositivos são conectados. Estes prensa-cabos podem ser utilizados inclusive em sistemas “abertos” de eletrodutos.

Os detalhes de seleção de equipamentos “Ex” (incluindo entradas diretas de cabos por meio de prensa-cabos ou eletrodutos e entradas indiretas de cabos) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 – Atmosferas Explosivas – Parte 14: Projeto, seleção de equipamentos e montagem de instalações.

 

Pergunta:

Em equipamentos com tipo de proteção Ex “i” para Grupo II (gases inflamáveis) poderiam ser utilizados prensa cabos sem certificação?

Resposta:

Negativo. De acordo com os requisitos de montagem em áreas classificadas, somente devem ser utilizados prensa-cabos com certificação “Ex” junto aos pontos de entradas de cabos no interior dos invólucros dos equipamentos “Ex”.

De acordo com a Tabela 10 (Critério para a Seleção de prensa-cabos, adaptadores de rosca ou elementos de vedação “Ex”) apresentada na Norma ABNT NBR IEC 60079-14/2016, todos os prensa-cabos, adaptadores de rosca e bujões devem possuir certificado com um tipo de proteção “Ex”, de acordo com o tipo de proteção “Ex” do invólucro ao qual estes dispositivos são conectados.

Como pode ser verificado naquela Tabela 10, para instalação em invólucros de equipamentos com certificação Ex “i” para áreas classificadas do Grupo II (gases inflamáveis) devem ser utilizados prensa-cabos com certificação Ex “d”, Ex “e” ou Ex “n”. No caso de equipamentos com tipo de proteção Ex “i” para instalação em áreas classificadas do Grupo III (Poeiras combustíveis), existe a necessidade de instalação de prensa-cabos com certificação Ex “t”. Ou seja, não podem ser instalados prensa-cabos sem certificação em invólucros de equipamentos com certificação “Ex”, inclusive Ex “i”.

Os detalhes de seleção de equipamentos “Ex” (inclusive os critérios de seleção de prensa-cabos “Ex” de acordo com o tipo de proteção “Ex” do invólucro do equipamento) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 – Atmosferas Explosivas – Parte 14: Projeto, seleção de equipamentos e montagem de instalações.

 

Pergunta:

Em instalações com equipamentos Ex “i”, onde a cor azul claro é utilizada para diferenciar os cabos, os prensa cabos “Ex” precisam também ser da cor azul ou qualquer cor pode ser utilizada?

Resposta:

É recomendada a utilização de cabos com capa externa na cor azul claro para circuitos intrinsecamente seguros, de forma a facilitar a identificação visual da devida segregação dos cabos com circuitos não intrinsecamente seguros.

Existem no mercado diversos produtos, como caixas de terminais ou caixas de junção “Ex”, que possuem prensa-cabos “Ex” na cor azul claro, para identificar que aquela entrada de cabo será feita por meio de um cabo contendo circuitos intrinsecamente seguros (IS).

Certamente a utilização de prensa-cabos “Ex” na cor azul claro pode ser considerada como sendo uma boa prática, no sentido de contribuir para que sejam evitados erros ou desvios, pelo pessoal de campo envolvido em montagem de instalações em áreas classificadas, de cabos contendo circuitos não intrinsecamente seguros (NIS) em uma entrada de cabos destinada a circuitos intrinsecamente seguros.

No entanto, esta “boa prática” não é considerada “obrigatória”, uma vez que a principal forma de facilitar a identificação da devida “segregação” dos cabos IS e NIS é por meio da capa externa dos cabos com circuitos IS com a cor clara, ao longo de toda a sua extensão, que pode chegar até muitas centenas de metros, e não somente no ponto de entrada do cabo em uma caixa de terminais “Ex”.

Apesar de não ser “obrigatória”, é altamente recomendado que os prensa-cabos “Ex” possuam também a identificação externa por meio da cor azul claro, na medida em que no interior de uma caixa de terminais “Ex” onde exista tanto circuitos IS como circuitos NIS, existe a necessidade de uma distância mínima de separação física (distância de escoamento ou de isolação) de 50 mm, entre terminais de circuitos IS e NIS, de acordo com a Norma ABNT NBR IEC 60079-14.

Para assegurar que esta necessária separação física de circuitos IS e NIS no interior das caixas de junção “Ex” muitas vezes são também utilizados, pelos respectivos fabricantes das caixas de junção “Ex”, bornes terminais com a cor azul (destinados à conexão de cabos com circuitos IS) e bornes com outras cores, como cinza ou bege (destinados à conexão de cabos com circuitos NIS), com a devida separação física de 50 mm.

Os detalhes de projeto e seleção de equipamentos “Ex” (inclusive para seleção de cabos para instalação em circuitos intrinsecamente seguros) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 – Atmosferas Explosivas – Parte 14: Projeto, seleção de equipamentos e montagem de instalações.

 

Pergunta:

No caso de entrada de cabos em invólucros de equipamentos Ex “d” por meio de eletrodutos, por que somente “bitolas” maiores que 2 polegadas exigem unidades seladoras de acordo com a norma?

Resposta:

Desde 2006 este requisito não é mais aplicável nas normas técnicas brasileiras sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, de acordo com as Normas dos tipos de proteção “Ex” e dos requisitos de montagem em áreas classificadas, especificados nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC 60079.

De acordo com os atuais requisitos de fabricação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” e com os requisitos de montagem de equipamentos “Ex”, todos os pontos de entrada de cabos em invólucros metálicos Ex “d” (entradas diretas ou indiretas) devem ser selados por meio de prensa-cabos Ex “d”, ou por meio de unidades seladoras Ex “d” (para todos os diâmetros de eletrodutos) ou por meio de entradas indiretas.

A dispensa de instalação de unidades seladoras de eletrodutos em pontos de entrada de cabos em invólucros metálicos do tipo “à prova de explosão” para os casos de conexão a eletrodutos com diâmetro abaixo de 50 mm era permitida somente Norma ABNT NBR 5418 (Instalações elétricas em atmosferas explosivas), que foi CANCELADA em 2006.

De acordo com aquela “antiga” norma, inicialmente publicada em 1977, nos casos restritos e específicos em que houvesse no interior dos equipamentos do tipo “à prova de explosão” somente bornes terminais (não centelhantes) ou então componentes centelhantes individualmente protegidos por outro tipo de proteção, como por exemplo Ex “o”, havia a necessidade de instalação de unidades seladoras de eletrodutos somente para eletrodutos com .

Aquele requisito particular era oriundo dos critérios de instalação citados em normas estrangeiras, como por exemplo o NEC (National Eletric Code) dos Estados Unidos, uma vez que as primeiras normas técnicas brasileiras sobre o tema “atmosferas explosivas”, publicadas pela ABNT desde 1969 (NB 158Instalações elétricas em ambientes com líquidos gases ou vapores inflamáveis), ainda refletiam uma forte “influência cultural” das instalações “norte-americanas” utilizadas nas primeiras refinarias de petróleo instaladas no Brasil, entre as décadas de 1950 e 1960, que seguiam aquela norma estrangeira.

No entanto, em 2006, com o CANCELAMENTO da Norma ABNT NBR 5418/1995, (a norma brasileira ABNT NBR 5418 permaneceu sem atualização por um período de onze anos) e com a publicação da “nova e inédita” Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 (Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte 14: Instalação elétrica em áreas classificadas exceto minas), alinhada com os requisitos internacionalmente consensados entre os países participantes do TC 31 da IEC, inclusive o Brasil, existe a necessidade de instalação de unidades seladoras Ex “d” (para todos os diâmetros de eletrodutos) ou então de prensa-cabos Ex “d” em todos os pontos de entrada de cabos em invólucros metálicos do tipo Ex “d”.

A Norma Brasileira Técnica adotada ABNT NBR IEC 60079-14 (Atmosferas explosivas – Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas) vem sendo continuamente revisada desde 2006, incorporando as atualizações da respectiva Norma internacional IEC 60079-14, tendo sido publicadas pela ABNT novas edições em 2009 e 2016.

Os detalhes de projeto de instalações “Ex” (inclusive para entradas diretas de cabos em invólucros “Ex” por meio de eletrodutos) e montagem de instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de telecomunicações em áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis estão especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 – Atmosferas Explosivas – Parte 14: Projeto, seleção de equipamentos e montagem de instalações.

 

Respostas às perguntas feitas pelos participantes no Webinar “Ex” – Módulo 6 – Requisitos de projeto e montagem de instalações “Ex”, realizado no dia 15/09/2021.

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